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Ainda sobre os tais preservativos...

Eu tinha escrito o que vai abaixo como comentário do artigo que fiz ontem sobre este assunto tão polêmico. E o ponho agora como post porque, embora admitindo a minha pequenez para tratar do assunto, não quero me abster desta discussão. Depois de ter lido versões e versões, fica-me ainda o que segue abaixo... É mais uma pergunta do que uma afirmação.

**

Me foi muito difícil ter de postar algo como uma crítica ao pronunciamento do Santo Padre. Pensei bastante sobre isso ontem à noite. O tema realmente não é fácil. Mas creio que o argumento é o seguinte:

Suponhamos que, de um lado, há um extremo de promiscuidade: a prostituição. E de outro, temos a vida sexual tal como deve ser vivida, isto é, dentro do matrimônio e com o seu duplo caráter: unitivo e procriativo.

Entre um e outro, obviamente, não se chega aos pulos. Há os níveis de gradação. Creio que o Santo Padre tinha isto em mente quando falou do “início de uma conscientização”.

A questão que se coloca é: entre um ato pecaminoso e um ato virtuoso não há meio termo, de modo que um ato pecaminoso, enquanto não deixa de ser tal, não pode servir de meio para um fim bom.

Pelo que se expressou Sua Santidade como teólogo pessoal, ele considera que o fato de usar um preservativo em casos extremos, pode se configurar como uma preocupação com o outro, o que poderia vir, posteriormente, a desembocar numa atitude mais responsável.

Entre bem e mal, porém, não há meio termo. Entre eles não há consórcio, como afirmou o Apóstolo Paulo. De modo que o primeiro passo para uma dignificação do ser humano implicaria o abandono da prostituição e, portanto, o descarte, por inutilidade, do infeliz preservativo.

Porém, vejamos o seguinte.
Entre o pecado totalmente irrefletido e esta possível preocupação com o outro, há, sim, uma gradação, de modo que esta última condição se configura menos ruim que a primeira. Não seria isto como uma incidência de qualquer luz na situação pecaminosa, a ponto de ser possível, a partir daí, que a situação mude? O argumento do Santo Padre aparentemente tem lógica, porém isto pode ser um sofisma, se bem que não intencional.

Da aceitação do preservativo, mesmo em casos mais complicados, já que é, claramente, um instrumento de promiscuidade, não pode resultar qualquer bem. Daí o problema! Desta forma, o primeiro passo seria, mesmo, abandonar a situação de pecado ao invés de executá-la de uma forma supostamente mais refletida.

De outro lado, há casos de pessoas que, no “fundo do poço“, começam a sair de lá, inicialmente, por discretas aproximações com o bem. Naqueles situações, vai se tornando crescente o sentimento de inadequação com o lixo do erro. Ora, à vista do primeiro movimento interior desta inadequação, não é provável que o sujeito já abandone o que fazia. Talvez o filho pródigo, antes de voltar à casa paterna, embora já pensando em fazê-lo, continuou a experimentar, por alguns dias, daquela lavagem..

O que quero dizer é que, antes do rompimento radical com a situação de pecado, é possível que se dê (geralmente se dá), no íntimo da alma, uma luta entre o que se faz e o que vai se vendo que se deve fazer. Neste sentido, aquele “senso de responsabilidade” representado pelo “cuidado” expresso, ainda que não suficiente, com o outro, não poderia ser o início deste processo?

Pergunto porque realmente não sei...
A coisa me parece por demais complexa. Gostaria que alguém comentasse isso aí.
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11 comentários:

  1. Salve Maria!

    Caríssimo não adianta a gente ficar fazendo conjecturas sobre este assunto e o infeliz texto do Papa... o Papa errou feio e ponto!

    Fato é que para a apologia do "sexo seguro" já existem as famigeradas campanhas do governo, das Ongs e tudo mais mundano que existe. Como Papa e nosso Pedro ele tem que falar e se pronunciar seguindo a Doutrina e a salvação das almas.

    Eu pergunto: prostituto ou não, com o preservativo esta criatura está buscando o céu???
    Eu respondo: CLARO QUE NÃO!!!!

    Esta "consciência mundana" não é assunto para o Papa ficar divagando e muito menos dando entrevista.

    Aff... VEM JESUS!

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  2. Graças a Deus a Igreja Católica está tomando vergonha na cara e desfazendo um pouco de seus erros... Pena qua ainda exista gente com pouco inteligência que não aceita a verdade nem a relidade... Acompanhar os avanços do tempo em que sevive é uma obrigação, ainda mais se isso pode salvar milhões de vidas.
    Deus queira que a Igreja continue evoluindo.

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  3. Se. Anônimo,
    Começo a pensar que talvez Darwin tenha alguma razão na sua teoria da evolução e que vc, talvez, tenha ficado no meio do caminho.

    Não sei como tens coragem, ainda que anonimamente, de escrever coisas tão burras.

    Se vc tivesse um mínimo de informação, saberia que é a Igreja Católica quem mais ajuda estas pessoas e quem mais está com elas.

    Depois, vc fala de verdade. Tu não tens o mínimo senso para saber o que é isso, rapaz; e isto se nota neste teu disparate: "acompanhar os avanços do tempo em que sevive é uma obrigação".
    É este o teu conceito de verdade? Ir com a maioria?
    Talvez por isso vc seja tão néscio.

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  4. Giovana,
    Que o Papa tenha errado, até concedo.
    Mas o assunto é realmente complexo, e nós temos que ter uma clareza a respeito disto.

    Estes movimentos interiores e discretos existem e dão uma boa discussão.

    Grande abraço. Salve Maria!

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  5. Fábio,
    discordo que o Papa tenha errado. O que me aborrece bastante é a má interpretação que os meios de comunicação dão as suas palavras, o que me parece ser de má índole. Gostaria de discutir este tema com mais vagar contigo, se o tempo nos permitir.

    Giovana, me parece bastante imprudência dizeres tão taxativamente "o Papa errou e ponto". Se não mostras argumentos convincentes e convergentes às tuas afirmações, fico com o método do diálogo como tão bem tem feito nosso amado Papa.

    Anônimo vejo que tens apenas a visão interna na tua frase "Pena qua ainda exista gente com pouco inteligência que não aceita a verdade nem a realidade...", visto que estais claramente dentro deste conjunto.

    Abraço,
    Claudemir Leandro.

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  6. Querido Fábio!! Gostaria muito de estar aí em União para conversarmos direitinho sobre esse assunto.
    Concordo com Claudemir quando fala da má interpretação dos meios de comunicação e até acrescento que além disso pode haver malícia também.
    Conhecendo as posições tomadas pelo Santo Padre sobre diversas questões, fica claro que trata todos os assuntos possíveis com muita sobriedade. Percebe-se que não há ninguém que se preocupe mais com a salvação do seu rebanho que ele.
    É claro que devemos tentar viver a altura do evagelho e não diminuí-lo a nossa altura. O mais importante seria que essas pessoas abandonassem a promiscuidade e buscassem viver como ensina o evagelho,mas lembremo-nos também que fora desse ciclo de adultérios e prostituição podem existir esposas zelosas em suas casas esperando por seus maridos que por algum motivo não se importou em cumprir as promessas matrimoniais nem tão pouco com a saúde de suas esposas.

    Realmente é um assunto muuito complexo e sou muito pequenina para discutir isso... Fábio... de verdade gostaria de conversar com vc sobre o assunto, confio muito na sua seriedade no tratamento dessas questões.

    A paz de Jesus e o amor da Mãezinha...

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  7. Andréia e Claudemir, é sempre um prazer vê-los por aqui...
    Como eu já escrevi de outra vez, custa-me muito criticar o Papa, no que quer que seja... Mas, fazê-lo é possível.
    Primeiramente, a defesa do Papa não pode ser um a priori, como eu tenho visto muitas pessoas fazerem à custa de omissão de certos trechos do que ele escreveu. Existe, sim, a possibilidade de ele errar e, se o fizer, não nos é preciso [nem permitido] acatar o erro.

    Também gostaria muito de conversar com vcs a este polêmico respeito. Mas, enquanto não o podemos, quero pôr abaixo alguns trechos difíceis do que se lê na referida entrevista [curiosamente, os trechos que são, em geral, omitidos pelos comentadores...].
    Disse o Papa:

    "Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais."

    Como bem frizou uma amiga, notem o problema da afirmação. Quando se diz que isto, "por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais" não se está a condenar a distribuição da camisinha, mas a dizer que somente isto não é suficiente. Se é preciso fazer mais, supõe-se que é preciso fazer isso também.

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  8. E no início da tal entrevista, diz ele:

    "Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais."

    Ora, é a mesma afirmação que víamos antes. Se é preciso fazer muito mais, então é preciso fazer aquilo também. Creio que vcs notam o problema destas afirmações.

    Abaixo, ponho um argumento da Teresa, do blog Tradição Católica, que me pareceu muito pertinente. Escreve ela:

    "Existe uma coisa chamada compensação de risco, a qual se aplica em inúmeras coisas na vida, entre elas, este assunto. Significa que se houver um meio exógeno (exterior) que permite reduzir o risco inerente a determinado comportamento, a adopção desse meio levará a um reforço do comportamento de risco."

    O argumento realmente procede. Daí que, permitir o uso do preservativo, mesmo em casos pontuais, não terminará por ser um progresso rumo à moralidade, mas, antes, um incentivo para a permanência daquele ato, só que agora, com o risco supostamente diminuído.

    E isto, meus caros, é muito problemático.

    Pax.

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  9. Pra terminar: nestas afirmações, o papa foi, no mínimo, infeliz nas suas colocações...

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  10. Fábio,
    você diz: "Que o Papa tenha errado, até concedo." E foi neste ponto que discordei. Acredito que adotar postura desta forma quando ainda se está com dúvidas é no mínimo precipitação.

    "Primeiramente, a defesa do Papa não pode ser um a priori, como eu tenho visto muitas pessoas fazerem à custa de omissão de certos trechos do que ele escreveu. Existe, sim, a possibilidade de ele errar e, se o fizer, não nos é preciso [nem permitido] acatar o erro."

    Concordo inteiramente e espero não está incluso neste grupo.

    Ainda fico na vontade de conversar este tema contigo. Evito de escrever mais coisas porque é um tema um tanto sutil. Por fim, só ousaria dizer que "nestas afirmações, o papa foi, no mínimo, infeliz nas suas colocações..." se tivesse a certeza que desta frase houve mais mal que bem.

    Bem, é isso meu caro, quem sabe nos encontraremos no msn para ventilar algumas outras questões.

    Abraço,
    Claudemir Leandro.

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  11. Mas vc raramente entra no msn...kk

    Por falar em conversa, eu soube, por alto, que talvez nos visites muito brevemente... será verdade? :D

    Grande abraço.

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Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

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