Pe. Lidvino Santini S.J.
Cristo (...) é o único Sacerdote da Nova Aliança, cuja duração é eterna, infinita. Exerceu na cruz o ofício de sacerdote de modo visível e foi nela a vítima cruenta; nos nossos dias continua a exercer invisivelmente o mesmo ofício e a sacrificar-se, incruentamente, nos nossos altares. Para ser de algum modo visível, fá-lo mediante homens, que investe de seu poder sacerdotal, dizendo-lhes: "Fazei isto em memória de Mim"
Daqui provém toda a dignidade do sacerdócio na Igreja Católica. Daqui o apelidar-se o sacerdote católico de "alter Christus" - outro Cristo. - Daqui o atribuir-se ao sacerdote católico o que se atribui a Cristo, dizendo dele: "Tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedech" (Sl 109, 4).
E isto tudo diz do sacerdote católico, porque não é mero instrumento nas mãos de Cristo, como o é a pena com que escrevo, mas é algo mais.
Explico-me: O instrumento não merece louvor, honra e glória; pois quem tal tributaria a uma pena, embora concorra para produzir obra prima de literatura? É que a pena age segundo for movida pelo escritor, como causa sua principal; e tanto faz quanto direta e imediatamente é movida; nada mais e nada menos.
Não assim o sacerdote; é algo mais nas mãos de Cristo. O sacerdote é mais que instrumento, é mais que mera causa instrumental: é causa ministerial. A causa ministerial consiste em que ela subministra e prepara tudo o que o agente deve ter ou é conveniente que tenha para poder agir; porque assim o reclama, quer a disposição intrínseca da coisa, quer a disposição extrínseca e positiva do mandante.
A causa ministerial, portanto, deve ser dotada de inteligência e vontade; pode, por conseguinte, frustrar, até certo ponto, os intentos do que dela pretende valer-se, não mesmo excluído o próprio Deus. Pode tornar-se conseguintemente desmerecedora ou merecedora das suas obras, porque delas responsável.
Daqui a dignidade suma e a responsabilidade tremenda do sacerdote, vigário de Cristo.
Não é um mero instrumento nas mãos de Cristo-Sacerdote; mas é um meio ministerial. Deu-se a Jesus livremente de corpo e alma, para, por seu meio, exercer as funções sacerdotais e perpetuar em sua pessoa o sacerdócio visível cá no mundo.
Cristo-Sacerdote veria irremediavelmente frustrada a sua obra de redenção, no dia em que já não contasse com um homem-sacerdote; não porque não lhe fosse possível uma nova ordem de coisas na grande e maravilhosa economia da redenção do gênero humano, mas porque a suave providência divina assim dispôs.
Cristo, o Sumo Sacerdote, o Sacerdote principal, continuará a exercer seus atos sacerdotais na terra só na pessoa de seus vigários visíveis: os sacerdotes católicos legítimos.
Deus, na sua infinita Providência, vigiará e fará com que seu divino Filho possa encontrar sempre, até a consumação dos séculos, homens dignos e fiéis que se prestem com júbilo e alvoroço como suas causas ministeriais, para que possa dispensar, por intermédio deles, os frutos inestimáveis do sacrifício da cruz, renovado de modo incruento no santo Sacrifício da Missa.
Ó Grande Pontífice! Ó Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, é então verdade que pusestes nestas criaturas, que se dizem homens, os vossos complacentes olhares?
"Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum." Como a Virgem Maria, dado o seu consentimento, se tornou co-redentora do gênero humano, assim estas criaturas dão o seu consentimento, e tornam-se sacerdotes vossos; antes tornam-se um outro vós, um "outro Cristo" - Alter Christus. - Cala-te, língua! Pára, pena! Porque é mais importante o silêncio e mais significativa a carta em branco!
Pe. Lidvino Sntini S.J., A Santa Missa na História e na Mística
Com este texto, quero tocar numa questão que, sinceramente, me preocupa. Podemos notar que, além da doutrina, o que algumas vezes inspira certos católicos é um certo tipo de previsão a respeito de algumas atitudes que serão bem ou mal recebidas. Quero dizer que: por certo, alguns tomam como critério de suas posições a respeito de diversos assuntos, ou da forma de expô-los, a expectativa que outros têm a seu respeito. Isto, sem dúvida, ao menos influencia muita gente. Um certo modismo ou preocupação com a própria imagem existe... Alguns dirão que é julgamento meu...
ResponderExcluirBem. Dentro destes costumes, geralmente bem recebidos, encontra-se um que é profundamente não recomendável: o gracejo, as piadinhas e as ofensas explicitas a padres.
E isto acontece quando é claramente conhecida a advertência, por exemplo, que o próprio Deus faz nos Diálogos de Santa Catarina: "Não toqueis nos meus Cristos" fazendo um claro paralelo com a passagem bíblica que proibe tocar nos ungidos do Senhor.
Alguns chegam a chamar-lhes "sacerdotes de Satanás" o que é uma ofensa muito grave. Como se não bastasse, se alguém se ergue para defender o seu sacerdócio, é muito fácil que receba o nome de "efeminado", de "mulherzinha", como se o cristianismo fosse qualquer coisa de pura agressividade.
Uma coisa é que certos padres errem e tomem atitudes lamentáveis. A estes sacerdotes, os fiéis têm, não somente o direito, mas o dever de corrigir, segundo as normas da Igreja e, sempre, de forma submissa. Outra coisa muito diversa são as chacotas e as ofensas...
Deus Pai diz que os que fazem estas coisas caem em grandíssimo pecado.
A razão disso é a seguinte: entre o padre que erra e a sua dignidade sacerdotal há que se fazer uma distinção, de modo que, mesmo quando erra, o caráter indelével na sua alma não perde a dignidade, pois ele se assenta no próprio Cristo. Daí que chamar um padre de "sacerdote do demônio" ou coisa que o valha é, claramente, ofender aquele sinal indelével que ele carrega na alma.
A coisa que se deve fazer, ao contrário, é corrigi-lo como se deve e quando preciso for e deixar, no caso de alguma obstinaçao de sua parte, que o próprio Deus dele trate. Mas nunca, meus caros, eu repito, nunca ofender um sacerdote, pois a dignidade que ele carrega está muito acima do que nós supomos...
É como dizia S. João Maria Vianney: Se soubéssemos o que é um padre, morreríamos de amor...
É, infelizmente vemos não bons exemplos de sacerdotes que perdem a compostura a permitir brincadeiras e gracejos,não que deva ser uma pessoa rígida o tempo todo, mas que tenha o devido cuidado. Quando a gente não está preparado ou melhor vigilantes, certas brincadeiras só leva a perder o que já foi conquistado. Ás vezes, certas situações só nos trazem desgosto com tanta falta de zelo para o ofício para o qual foi chamado que leva até mesmo perder o respeito, o respeito de nem querer ouvir nem está perto. Rezo pelos sarcedotes, rezo pelos nossos padres paroquiais. E fico triste comigo quando critico ou percebo algo que me leva a criticar,não queria, mas sou tão pequena........São João Maria Vianney tem razão até mesmo se alguns padres soubessem o que é ser verdadeiramente um padre....Ó doce Jesus Bom Pastor, melhores ovelhas seríamos.
ResponderExcluireliana