É tal o lugar de Maria na realização da obra de salvação dos homens pelo Verbo encarnado, que ela merece ser lembrada de maneira toda particular.
Se Nossa Senhora, por seu fiat tornou-se miraculosamente a Mãe de Deus, a Mãe do Salvador, ela se torna pelo mesmo fato Mãe de seu Corpo místico, quer dizer, de todos aqueles que viverão da vida de Jesus aqui embaixo e na eternidade, a Rainha dos Anjos e a inimiga definitiva dos demônios. Nós nos tornamos filhos de Deus pelo batismo, e nos alimentamos, na Eucaristia, daquele que recebeu dela seu corpo e seu sangue. Ela é realmente nossa Mãe espiritual. Esta maternidade divina lhe proporcionou privilégios únicos, desde o início, com sua Imaculada Conceição, com a plenitude da graça desde o primeiro instante de sua existência. Ela é a única criatura humana isenta das consequências do pecado original.
Outro privilégio inaudito: ela é a Mãe de Jesus e permanece virgem antes, durante e após o nascimento dele. Nada é impossível a Deus, como lhe disse o Anjo Gabriel. O menino Jesus saiu do seio da Virgem "januis clausis" sem destruir seu hímen; ela não sofreu as dores da maternidade. Quantos erros, nos catecismos modernos, sobre este assunto!
Maria foi isenta de qualquer pecado e de toda doença, que são consequências do pecado original. Por fim, seu corpo, incorruptível, foi ressuscitado e subiu ao Céu, é o privilégio de sua Assunção; Nossa Senhora é para sempre a Rainha do Céu e da Terra. Graças à sua maternidade divina ela é também a Medianeira de todas as graças que nos são dadas; sua maternidade espiritual é universal. Se Jesus é a Cabeça do Corpo místico, Maria Santíssima pode ser comparada ao pescoço, como dizem os padres da Igreja, que une a cabeça aos membros.
Mons. Marcel Lefebvre, A Vida Espiritual Segundo São Tomás de Aquino, Cap IX.
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