Oh! Como gosto dessas pequenas mortificações que não são vistas por ninguém, como levantar-se um quarto de hora mais cedo, levantar-se um momentinho para rezar durante a noite; não falta, porém, quem só pense em dormir.
Pode a gente privar-se de se aquecer; se se acha mal sentado, não procurar colocar-se melhor; se passeia no seu jardim, privar-se de alguns frutos que dariam prazer; cuidando da casa, pode-se não comer alguns pedacinhos que se apresentam, privar-se de ver alguma coisa que atrai o olhar e que é bonita, sobretudo nas ruas das grandes cidades. Quando vamos pelas ruas, fixemos o nosso olhar em Nosso Senhor carregando a cruz na nossa frente, na Santíssima Virgem que nos olha, no nosso anjo da guarda que está ao nosso lado.
É ainda uma coisa boa renunciar à própria vontade. A vida de uma pobre criada, que não tem outra vontade senão a dos patrões, se ela souber pôr a proveito essa renúncia, pode ser tão agradável a Deus quanto a de uma religiosa que está sempre em face da regra.
No próprio mundo, a toda hora, acha-se em que renunciar à própria vontade: priva-se a gente de uma visita que dá prazer, cumpre uma obra de caridade que aborrece, deita-se dois minutos mais cedo; quando duas coisas se apresentam a fazer, dá-se preferência à que nos agrada menos...
S. João Maria Vianney, Pensamentos Escolhidos do Cura D'Ars.
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