“O tempo moderno, sobretudo a partir do século XIX, aparece dominado por diversas variantes de uma filosofia do progresso, cuja forma mais radical é o marxismo. Uma parte da estratégia marxista é a teoria do empobrecimento: esta defende que, numa situação de poder injusto, quem ajuda o ser humano com iniciativas de caridade coloca-se, de fato, a serviço daquele sistema de injustiça, fazendo-o resultar, pelo menos até certo ponto, suportável. Desse modo, fica refreado o potencial revolucionário e, conseqüentemente, bloqueada a reviravolta para um mundo melhor. Por isso se contesta e ataca a caridade como sistema de conservação do status quo. Na realidade, esta é uma filosofia desumana. O ser humano que vive no presente é sacrificado ao moloch do futuro – um futuro cuja efetiva realização permanece, pelo menos, duvidosa. Na verdade, a humanização do mundo não pode ser promovida renunciando, de imediato, a comportar-se de modo humano.”
Bento XVI, Deus Caritas Est.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.