Farei-lhes admirar as moles e açucaradas virtudes liberais, superando-se uma à outra em hipocrisia: falta de senso, covardia e traição dão-se as mãos para cantar em coro, como nas ruas de Paris em junho de 1984, o "Cântico da Escola Livre":
"Liberdade, liberdade, tu és a única verdade".
O que falando claramente, significa: "não vos pedimos mais que a liberdade, um pouquinho de liberdade para nossas escolas; assim nada teremos a censurar à liberdade de ensino laica e obrigatória, à liberdade do quase monopólio da escola marxista e freudiana. Continuai tranqüilamente a arrancar Jesus Cristo das almas, denegrindo a pátria, manchando nosso passado no espírito e no coração de 80% das crianças; por nossa parte cantaremos glórias aos méritos da tolerância e do pluralismo, denunciaremos os erros do fanatismo e a superstição; em resumo, faremos apreciadores dos encantos da liberdade, aos 20% que nos restam".
Deixo agora aos papas a responsabilidade de nos mostrar a falsidade desta nova liberdade e a armadilha que ela constitui para a verdadeira defesa do ensino católico. Inicialmente vejamos a sua falsidade:
"Quanto ao que se chama liberdade de ensino, não se deve julgar de outra maneira: não há dúvida de que somente a verdade deve ser dada às almas porque nela se encontra o bem das naturezas inteligentes, seu fim e perfeição; de modo que o ensinamento só pode ter por objeto as coisas verdadeiras, e isso tanto para os instruídos como para os ignorantes, para dirigir uns ao conhecimento da verdade e conservá-la nos outros. É, portanto sem dúvida dever dos que ensinam, livrar as inteligências do erro e fechar o caminho que conduz a opiniões enganosas. Por aí se vê quando repugna à razão esta liberdade de que tratamos e como nasceu para perverter radicalmente os entendimentos ao pretender ser lícito ensinar tudo segundo seus caprichos; licença esta que a autoridade nunca pode conceder ao público, sem infringir seus deveres. Principalmente porque a autoridade do professor tem grande influência sobre os ouvintes e é muito raro o aluno poder julgar, por si mesmo, se é ou não verdade o que explica o professor. Portanto, é necessário que esta liberdade não saia de certos limites para ser honesta, para que não suceda impunemente que a faculdade de ensinar se transforme em instrumento de corrupção" (Leão XIII, "Libertas" PIN. 209/10; e "E giunto" PIN. 240.).
Guardemos pois estas palavras do papa: o poder civil não pode dar nas escolas chamadas públicas o direito de ensinar Marx e Freud, ou o que é pior, dar licença de ensinar que todas as opiniões e doutinas têm igual valor, que nenhuma pode reivindicar a verdade para si, que todas devem tolerar-se mutuamente; isto constitui a pior das corrupções do espírito: o relativismo.
Do Liberalismo à Apostasia, Mons. Marcel Lefebvre, Capítulo XII.
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