Estamos, aqui em União dos Palmares, vivenciando a novena de Santa Maria Madalena, padroeira da cidade. Como já é de conhecimento geral, a cada dia há a celebração da Santa Missa e vários são os padres convidados. É uma festa bastante tradicional; dizem que uma das mais tradicionais do país. O termo "tradicional" aqui não se refere, de modo nenhum, ao modo como correntemente o usamos neste blog. Aqui ele quer apenas significar que se trata de uma festa bastante conhecida e que já acontece há vários anos.
Pois bem. Ontem, 28 de janeiro, dia de Sto Tomás de Aquino, fomos visitados pelo Pe. Nilton, de Santana do Mundaú, um já conhecido nosso. Claro que a Missa é sempre a Missa, mas se torna mais fácil aceder ao Mistério quando um padre respira e transpira devoção e amor. Isto é complicado de se dizer porque, assim como uma pessoa é distinta da outra, os padres são sempre diversos e não podemos cair num critério de julgamento superficial, medindo as coisas pela aparência. Em verdade, para Nosso Senhor, a aparência é o que menos importa, se bem que, em se tratando de Liturgia, a sobriedade e rigor nos gestos, palavras e modo de se comportar no altar são, sim, necessários e demonstram uma vigilância interior.
Com relação ao Pe. Nilton, como eu disse, nós já o conhecemos. E ontem ele nos alegrou ainda mais. Além da sua sempre tão manifesta devoção, ele nos brindou com uma brilhante e profunda homilia. Falou de Sto Tomás, de Sta Maria Madalena e, além disto, despejou uma série de verdades que a nossa comunidade precisava e precisa ouvir. Não contive o riso... Dentre outras coisas, disse-nos ele: "um cristão de verdade e, desculpem-me o termo, um cristão de vergonha não pode viver comodamente!"
Além destas espetadas, falou-nos da perseguição aos católicos, perseguição velada, nas novelas, nos comentários em programas de rádio, nos gracejos com jovens que vão à igreja e instigou-nos à perseverança. Alguém que me esteja lendo pode pensar: tudo bem, e o que tem de mais nisso?
Ah, caríssimos.. Isso é um oásis. Na verdade, o padre agiu como um padre, um orientador, um mestre... e isso é raro. Não que os padres não orientem. Mas falta clareza, falta firmeza... E a coisa foi de tal forma que, terminada a Santa Missa, muitos se mostravam encantados, como se um pouco saciados de uma intensa sede, como se vislumbrassem algumas gotas de uma fonte sem fim. Muitos acorreram a ele parabenizando-o por simplesmente fazer o que foi ordenado para fazer.
E, a par desta alegria, como é triste ver que estas coisas têm se tornado cada vez mais escassas. Amo os padres daqui. Mas é tão bom quando alguém nos descobre, por pouco que seja, algo daquele tesouro escondido; quando alguém nos faz respirar o terno ar daquelas paragens simplesmente por olhar de um modo mais doce para o Santíssimo Corpo do Senhor, por dizer com amor as orações eucarísticas, fazendo-nos intuir algo do mistério que ele, o sacerdote, traz na alma.
Por isto, meus irmãos, rezemos mesmo pelos padres. Nós precisamos deles. Peçamos que Nosso Senhor nos envie sacerdotes santos, corajosos, dispostos aos martírios desta vida. Que eles tenham a ousadia de, sendo cordeiros entre lobos, manterem-se cordeiros.
Salve Maria Santíssima
Fábio
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