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A Intolerância Dogmática é a verdade pugnando por seus direitos contra o erro


Pe. Cauly

Por tolerância dogmática, entende-se a doutrina que ensina a indiferença religiosa na qual cada um é livre de praticar o culto que quiser, como se todas as religiões fossem igualmente boas ou pelo menos indiferentes.  Esta tolerância, ou antes, esta indiferença religiosa, que se chama Igualmente indiferentismo, encerra um princípio ímpio, absurdo e funesto nas suas consequências. É ímpio, porque declara que Deus é tão perfeitamente honrado por aquele que o blasfema como por aquele que o adora, e o selvagem que mata o cristão em ódio da fé é tão agradável a Deus como o mártir que morre pela sua religião. É absurdo, porque coloca em pé de igualdade o erro e a verdade, de maneira que o culto católico, o protestante, o judaico e o maometano, que se contradizem, são igualmente bons e honram do mesmo modo a divindade. Enfim, este princípio leva às mais tristes consequências; com efeito, de que serve procurar a verdade e a virtude, se as religiões em que o erro e o vício estão honrados, merecem tanta estima e conduzem aos mesmos resultados que as contrárias?

Na verdade, semelhante doutrina não pode ser chamada senão um escárnio de Deus e seu culto; é uma negação implícita de todas as verdades religiosas. Por conseguinte, a tolerância religiosa é desarrazoada, falsa, ímpia.

Ora, a intolerância dogmática, que ensina a obrigação de uma só religião verdadeira, é justamente o contrário dessa doutrina. Seu princípio pode ser assim enunciado: Do mesmo modo que há um só Deus e uma só verdade, não há mais do que uma só verdadeira religião para honrá-lo e esta religião, - quando pode ser conhecida, - é obrigatória para toda a humanidade.

Isso é, com efeito, ensinado pela Igreja Católica, e ela formulou esta doutrina na máxima: Fora da Igreja não há salvação. Será censurável esta doutrina? Evidentemente, se a Igreja for verdadeira, não se pode censurar tal sentença; ora, é verdadeira, absolutamente verdadeira; a Igreja possui a verdade, conserva a doutrina de Jesus Cristo, seu legislador, pelo qual foi promulgada esta lei universal: "Quem entrar na minha Igreja pela fé e pelo batismo, será salvo; quem a isso recusar, será condenado." A Igreja não faz mais do que proclamar essa lei divina; eis aí toda a sua intolerância.

Portanto: 1º a intolerância dogmática da Igreja é a intolerância da verdade, que, imutável na sua natureza, segura de si mesma, não admite nenhuma aliança, nenhuma transação com o erro, e repele essencialmente a mentira; 2º a intolerância da Igreja é a intolerância de Deus mesmo ou, em outros termos, é a fidelidade da Igreja à sua missão, é a recusa absoluta de ser infiel ao seu mandato, pactuando com o erro.

Importa todavia entender no seu verdadeiro sentido a máxima: Fora da Igreja não há salvação. Não significa: "Todo aquele que não é católico será condenado"; mas quer dizer que a Religião Católica, sendo obrigatória para a universalidade dos homens, aquele que, de caso pensado, de propósito, recusa tomar conhecimento dela, ou abraçá-la quando lhe é suficientemente conhecida, torna-se gravemente culpado para com Deus, incorre na reprovação eterna, e não será salvo. Em outros termos, se ficar, por sua culpa, fora da Igreja ou da verdade, para ele não haverá salvação. Mas se, de boa fé, permanecer no erro que ele julga ser a verdade; se observar, tanto quanto os conhece, a lei de Deus e os deveres apontados por sua religião e por sua consciência, ainda que fosse herético ou pagão, poderá salvar-se; porque, neste caso, por seu desejo e por sua boa vontade, pertence à alma da Igreja sem ser membro de seu corpo, e, mediante a fé em um só Deus remunerador e redentor, há de alcançar a salvação.

A intolerância dogmática, tal qual acaba de ser explicada, é pois justíssima, muito razoável e perfeitamente aceitável; é a verdade pugnando por seus direitos contra o erro. Em lugar de censurar, os indiferentistas deveriam, segundo o raciocínio atribuído a Henrique IV, rei de França, no momento de sua conversão, abraçar como ele o partido mais certo e entrar no seio da Igreja que possui a verdade.

Pe. Cauly, Curso de Instrução Religiosa, Tomo IV, Apologética Cristã, Parte Histórica, Cap. I, pp.359-362
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2 comentários:

  1. Salve Maria,

    Como vai Fábio muito bom arquivo o que o Padre escreveu Graças a Deus ainda temos Sacerdotes Corajosos que não tem medo de falar a verdade,
    pois sabemos que só existi uma religião e uma só verdade.
    E mesmo no Vaticano vão fazer o mesmo erros que Assis esse encontro ecumenico colocando Jesus Cristo no mesmo patamar de Buda e outros demônios.
    Isso sim é idolatria.
    Rezemos para que o Santo Padre não deixe acontecer tamanho erro.
    Que o Sagrados Corações de Jesus e Maria estejam com todos vocês.


    Benicio

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  2. Sim Benício, embora esse sacerdote já seja falecido há bastante tempo... A obra da qual transcrevo esse texto imprimiu-se em 1914.

    Sobre Assis, é mesmo um caso difícil. Se se repetir o que aconteceu no evento anterior, o negócio é muito grave. Peçamos a Deus que as coisas aconteçam de modo muito diferente dessa vez.

    Abraço.

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