Moisés envolto em glória aí é o melhor.. kkkk |
Sobre o post a respeito da mediação entre Deus e os homens, um anônimo me questionou o seguinte:
"No seu texto o Senhor diz:
"eu gostaria de afirmar que também os protestantes utilizam de mediadores. (....) é a que se faz a partir dos "pastores" de suas denominações. Ora, se não houvesse, estritamente, mediação, tampouco um pastor seria requerido"
" os "crentes" amam pedir que ele (O Pastor da Congregação) reze por eles."
Eis aí uma diferença escandalosa entre os Evangélicos e Católicos.
Nenhum evangélico nega a possibilidade de um crente interceder por outro. Agora se o Pastor da congregação ou algum irmão morrer eles não ficam orando:"Pastor Fulano, Rogai por nós que recorremos a vós". "Irmão ABC, rogai por nós pecadores, agora e na hora de minha morte"Isso porque eles acreditam que: "os vivos sabem que morrerão, mas OS MORTOS NADA SABEM". Eles NÃO ACREDITAM que os mortos podem escutar orações e interceder junto à Yeshua Ha Mashiach. Já a crença CATÓLICA E ESPÍRITA acredita que a alma dos mortos podem escutar as orações e nos ajudar. - Os católicos acreditam que as almas escutam orações através da comunhão dos santos (Almas que estão na gloria, no purgatorio e os vivos que estão em estado de graça santificante se unem por um laço de caridade que não se rompe com a morte).- os espiritas também acreditam que a alma dos que morreram podem escutar nossas orações e nos ajudar com noticias do mundo dos mortos. Tipo o Gasparzinho ( o Fantasminha Camarada kkk)Como leitor do seu blog eu achei esse seu texto incompleto e incapaz de fazer qualquer evangélico entrar numa crise com relação à fé. Pelo que eu conheço das duas doutrinas todo a diferença entre Católicos e Evangélicos está no fato PÓS-MORTE. Enquanto a igreja romana acredita que as almas dos que morreram podem escutar as orações dos vivos os Evangélicos creem que OS MORTOS NADA SABEM A RESPEITO DOS VIVOS.
Obs: não professo nenhuma religião pois no meio de tantas verdades doutrinárias irrefutáveis é impossível saber quem diz a verdade. Apenas gosto de ler e ver videos a respeito sobre o que acontece ao homem depois da morte.
A melhor explicação que obtive até agora foi desse video:
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Caro anônimo,
Primeiramente, eu gostaria de dizer que apreciei a sua pergunta, pois ela trata de um tema sobre o qual eu ia escrever posteriormente. Eu havia pensado nele quando escrevi o artigo sobre a mediação, mas não quis entrar nele naquela ocasião para não me estender demasiado. Que bom poder antecipá-lo agora.
Depois, você me chama de "o Senhor", rsrs... eu sei que foi engano, mas ficou engraçado rsrs
Sobre o que eu tinha mencionado a respeito de um protestante entrar em crise com a sua fé, eu me referia, não somente a este ponto das mediações, mas também ao outro, que escrevi depois, que consiste numa crítica à Sola Scriptura. Ambos são bases do protestantismo e, combinados, creio poderem já causar bastante mal estar num protestante sincero.
Mas vamos a esta tua questão de agora.
Você faz uns certos gracejos mas, no geral, me aponta que a problemática está no Pós-Morte. Para os católicos, a alma é imortal. Para os protestantes - não todos - nada resta do homem depois da morte. Por fim, você me apresenta dois vídeos aos quais fiz, novamente, questão de assistir. Irei comentá-los já já. Antes, porém, eu pediria que, ou você ou outros, optassem por me enviar os argumentos por escrito, pois alguns desses videos são longos e é uma coisa meio cansativa. Outro rapaz me enviou um documentário inteiro dividido em oito partes. Nem sempre eu terei tempo para assistir esses videos. Mas dessa vez, eu vi.
Bom. Para começar a te responder a questão, primeiramente quero dizer que, embora você não tenha uma religião definida, você mostra assumir certos pressupostos protestantes, como a premissa falsa de que tudo estaria na Bíblia. Como demonstrei no post anterior, a simples crença na autenticidade da Bíblia supõe necessariamente a crença na autoridade que formou a lista dos livros canônicos. Ora, se uma coisa supõe necessariamente a outra, não há que se eleger uma e excluir absolutamente a outra. Fazê-lo seria incorrer numa contradição lógica. É óbvio que a verdade já não estaria aí.
Se podemos recorrer a fontes extra-bíblicas, a coisa ficaria melhor demonstrada. Saiba, caro anônimo, que a imortalidade da alma pode ser demonstrada pela própria Filosofia.
Ainda se utilizando de argumentos extra-bíblicos, eu pego um ponto levantado no primeiro video que você me envia, e que pareceu-me tratado de modo muito vulgar. Um dos rabinos (se for assim que se chama...) mencionou a questão das experiências de quase morte e, na descrição do fenômeno, ele foi extremamente simplista. Se aquilo pretende ser um negócio sério, deveria tratar com maior seriedade os que lhes acompanham os programas. Nestas experiências, que o rapaz lá reduz a meros sonhos, a coisa é bem mais complexa do que o que é dito. Se fosse somente um sonho, este poderia tratar de qualquer coisa no universo, e não necessariamente de pessoas que já morreram. Depois, considerando as possibilidades dentro deste pequeno recorte de que aquilo seria um mero sonho sobre a outra vida, nós nos depararíamos com visões, não somente de mortos, mas de alienígenas, de cometas, e de coisas semelhantes, a depender da pessoa. No entanto, se você for pesquisar isso aí, verá que a coisa apresenta uma uniformidade bem maior. Depois, em vários desses casos - que são muitíssimos - a pessoa em questão, quando "volta", começa a descrever coisas que aconteceram em outras salas, ou na rua, simultaneamente à sua "quase morte" e que podem ser facilmente comprovadas. Isso, obviamente, não pode ser tido como mero sonho. Enfim, o negócio é complexo e eu não pretendo encerrar o assunto, até porque minha leitura sobre isso é pouca; mas eu posso assegurar que aquilo que se dizia no primeiro video se assemelha a conversa de menino; é coisa típica de quem apela.
Além deste, grande parte dos outros pontos discutidos aí são também levantados no outro video. Vejamos alguns.
Uma coisa interessante é que, toda vez que a mulher lá lê alguma passagem que contenha a palavra "inferno", ela assume o papel de limite hermenêutico, afirmando que esse termo quer significar a sepultura. Na prática, é como se, quando uma pessoa fosse ler aquelas passagens, tivesse de apelar para algo extra-bíblico, uma suposta autoridade que afirmou que inferno e sepultura, na linguagem bíblica, são sinônimos. Ela simplesmente demonstra sem perceber a necessidade de uma autoridade para que se interprete a bíblica de modo correto. E como eles abriram mão das legítimas autoridades, adquiriram o hábito de se auto-erigirem em tais. "Cegos guiando cegos" (Cf Lc 6,39)
Toda vez que os protestantes tratam sobre este assunto, a gente percebe que há um excesso de passagens provindas do Eclesiastes, e explico o porquê. Quem se detiver a ler o livro de Eclesiastes verá uma crítica profunda à vaidade do mundo e a afirmação veemente da efemeridade das coisas. O autor deste livro busca, então, inculcar esta verdade: tudo passa. Essa é a ênfase que ele dá. Ricardo de S. Victor, num dos seus comentários ao Cântico dos Cânticos faz uma interessantíssima observação: há uma gradação de livros. Temos, antes, o livro dos Provérbios que começa a nos despertar para a prática do bem e a renúncia do mal, o que nos eleva. Depois, com o livro do Eclesiastes, aprendemos o desapego do que passa. Por fim, agindo de modo moralmente correto e desapegados do mundo, estamos aptos para entrar no convívio amoroso com o Esposo, de que trata o livro dos Cânticos, posterior ao de Eclesiastes. É por isso, rapaz, que se estudam os estilos literários e os contextos históricos: para que, de suposições não se façam certezas, como no caso dessa senhora do video. É natural, portanto, que o livro do Eclesiastes reafirme, diversas vezes, essa mesma idéia.
Em segundo lugar, a revelação de Deus ao mundo foi progressiva. Paulo mesmo afirma isto: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas." (Hb 1,1-2). Nem sempre, portanto, houve total clareza a respeito das coisas, rapaz. E o autor do Eclesiastes, não obstante afirme diversas vezes que o homem volta ao pó e que nada resta e não sei que mais, ele também diz não saber de certeza: "Quem sabe se o alento de vida dos humanos ascende ao alto e se o alento de vida da fera desce à terra?" (Ecle 3,21). Agora, é muito interessante ver que todos esses que negam a imortalidade da alma, escolhem sempre certos trechos e ignoram de todo vários outros a fim de enganar os incautos. Você, caro anônimo, considera isso sincero?
Sobre o termo morte, é evidente que muitas vezes, na Sagrada Escritura, ela se refere ao inferno, e não precisamente à morte física. Jesus afirma isso, demonstrando, além dos diversos sentidos da palavra morte, também a independência que a alma tem do corpo. Vejamos:
"Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este." (Lc 12,4-5)
O que notamos aqui? Primeiro, que Jesus aconselha a não ter medo de quem pode matar o corpo e fazer só isso. Oras, mas segundo o argumento da mulher do video, só há essa morte e, depois disso, nada mais há. No entanto, Jesus diz que é possível fazer algo mais depois de matar. E ele diz o que é: "lançar no inferno". Será que "inferno" aqui significa realmente sepultura? Se fosse, qualquer assassino teria o poder de mandar ao inferno, rsrs... É óbvio que Jesus fala de algo pós-morte.
E Ele ainda se refere ao inferno em vários momentos:
"O Demônio, sedutor delas, foi lançado num lago de fogo e de enxofre, onde já estavam a Fera e o falso profeta, e onde serão atormentados, dia e noite, pelos séculos dos séculos." (Ap 20,10) Veja que eles não serão simplesmente destruídos, mas atormentados dia e noite.
Em várias outras passagens, Jesus fala do fogo inextinguível (Cf Mt 25,41 e Mc 9,43-44) e dos excluídos que serão lançados onde haverá choro e ranger de dentes (Cf Mt 13,42; 22,13; 24,51; Lc 13,28). Ora, só chora e range os dentes quem está vivo, rapaz.
Vamos a outras evidências de que a alma sobrevive à morte do corpo.
Na Transfiguração do Senhor, os Apóstolos vêem Elias e Moisés com Jesus. Mas eles haviam morrido... ou não? E, no entanto, eles aparecem, ao ponto de Pedro dizer, motivado mais pelo medo, que era bom estar ali, pois então poderia fazer três tendas. (Cf Mc 9,2-5). Dizer que isso foi uma visão do futuro que os Apóstolos tiveram é só mais uma evasiva. Além disto, quando surge a voz divina, ela se pronuncia no tempo presente: "Este é o meu Filho Amado; ouvi-o". Se se tratasse do futuro, no céu, essa ordem seria desnecessária.
Vamos a outra. Na morte do Senhor, após a declaração de Fé de um dos ladrões que morriam com Ele, Jesus lhe promete: "ainda hoje estarás comigo no Paraíso". Contra isso, até hoje eu só vi dois argumentos. O primeiro, totalmente sem cabimento, diz que o ladrão não podia ir naquele dia pelo simples fato de não ter morrido na mesma sexta (???!!!). Para defender esta idéia estapafúrdia, esses "inteligentes" citavam a Bíblia, onde se lê que, por ser perto de um Sábado particularmente solene, os soldados lhes quebraram os joelhos e, depois, lhes tiraram da cruz. Acontece que eles não foram tirados vivos, como pretendem esses senhores que vi. O fato de quebrar os joelhos era justamente para acelerar a morte, pois o joelho é o principal ponto de apoio de um crucificado. Sem ter onde se apoiar, ele morria rapidamente, asfixiado.
A segunda tentativa de fuga é dizer que, no original grego, não há pontuação, pelo que Jesus teria dito algo assim: "Eu te afirmo hoje estarás comigo no Paraíso". Segundo estes intérpretes "muito sinceros", a forma correta de entender seria: "Eu te afirmo hoje, estarás comigo no Paraíso". Fica claro que a virgulazinha ali é o que há no mundo de mais arbitrário! Além disto, é claro que Jesus tinha de dizer naquele dia, pois Ele ia morrer. Isso era óbvio. Do contrário, o ladrão poderia até brincar: "pensei que ia me dizer amanhã...". Não. Obviamente, Jesus diz que, ainda naquele dia, o ladrão estaria no Paraíso. Além de tudo, era muito doloroso falar alguma coisa na Cruz. É claro que Jesus não ia pôr um "hoje" apenas para fins retóricos.
Mas, no caso de ainda ficar alguma dúvida, vejamos o que Paulo pensa da morte:
"Pois para mim a vida é Cristo e a morte um lucro. Porém, se o viver na carne significa para mim trabalho fecundo, não sei o que escolher... Sinto-me premiado dos dois lados: por um lado, desejo partir e estar com Cristo, o que, certamente, é muito melhor; mas, por outro lado, ficar na carne é mais necessário para vós" (Fl 1,21-24).
Aqui está um trecho inequívoco. Penso que ele é suficiente para derrubar toda e qualquer objeção protestante. Paulo está dizendo que é preferível morrer. E para quê? Para acampar na sepultura? Não! Para tirar uma soneca daquelas? Não. O mesmo Paulo responde: "para estar com Cristo". Mais claro que isso nem o sol.
Em outro trecho, Paulo ainda faz referência à independência entre a alma e o corpo:
"Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus o sabe." (II Cor 12,2) Paulo não sabe se essa experiência foi no corpo ou não. Mas, pelo simples fato de estar em dúvida, vê-se que ele considera possível que a alma saia do corpo. Óbvio e evidente.
Bom. Penso que fica, então, mostrado que, a partir da Sagrada Escritura, a imortalidade da alma é perfeitamente fundamentada. E, se como Paulo diz, aquele que morre na amizade de Nosso Senhor vai para junto d'Ele, qual a dificuldade de que interceda pelos que ainda vivem no exílio? NENHUMA!
Esclareçamos ainda uma coisa: o rapaz anônimo, creio que por desinformação, parece assemelhar catolicismo e espiritismo. Mas não tem nada a ver. Esclareço sucintamente.
Segundo a Fé Católica, uma alma que morre não fica a acompanhar os passos ou os acontecimentos dos seus. Confesso que já vi alguns católicos se equivocarem nesse ponto, mas não é esta a doutrina católica. Sobre isso, há um livro de Sto Agostinho, entitulado "O Cuidado Devido aos Mortos" em que ele o demonstra.
Se um santo, portanto, pode interceder por nós, ele só o faz porque o próprio Deus lhe permite conhecer a nossa necessidade ou a nossa intenção. Não quer dizer que a própria alma pode ficar transitando por aí, como o fazem os desocupados mortos espíritas.
Pois bem. Espero que tenha ficado claro. Quaisquer dúvidas, pode perguntar.
Por fim, repito uma passagem citada pela mulher do video e que se aplica a todos os protestantes:
"Errais não conhecendo as Escrituras" (Mt 22,29)
E como, sendo católico, eu não estou preso estritamente à Escritura, acrescento um de minha autoria e junto com outro de Nosso Senhor:
"Errais distorcendo as Escrituras e enganando os incautos, pois, quem enganar um só desses pequeninos, deturpando-lhes a Fé, melhor seria que amarrasse uma pedra ao pescoço e se lançasse no rio"
Salve Maria Santíssima
Fábio.
Este rapaz, o tal anônimo que bom para ele esta assim, escondido kkk
ResponderExcluirDeus ilumine nossa Igreja de grandes soldados de Cristo devotos a Santíssima Virgem!
Salve Maria Santíssima
Pois é, Wilson.
ResponderExcluirQuando escrevi isso aí, eu tava até querendo uma boa briga - no bom sentido, claro, rs.. Mas o cara sumiu... =/
Bom, tomara que tenha se convertido. ^^
Abraço, meu caro.