O Thomas Merton é o melhor, rsrs...
"É, ainda, importante pensar que as inspirações do Espírito Santo pelos Sete Dons, não são, geralmente, dramáticas e espetaculares nem por seu objeto nem por seu modo de atividade. Depois de ler as vidas dos santos e as experiências dos místicos, algumas pessoas ficam convencidas de que a vida mística deve ser algo de uma ópera wagneriana. Coisas tremendas acontecem todo o tempo. Cada nova moção do Espírito é anunciada por trovões e faíscas. Os céus se abrem e a alma evola-se do corpo numa explosão de supra-terrena e resplandecente luz. Aí ela encontra Deus face a face, no meio de um grande Turnverein de santos e anjos de trombeta, a voar e a cantar. Há, então, uma eloquente troca de impressões entre Deus e a alma, num dueto que durará no mínimo sete horas, pois sete é um número místico. Tudo isso pontilhado por terremotos, eclipses do sol e da lua, e explosão de bombas supersubstanciais. Eventualmente, depois de um curto ensaio musical do Fim do Mundo e do Último Juízo, a alma numa graciosa pirueta retorna ao corpo, e o místico volta a si para descobir que está rodeado de irmãos cheios de admiração, inclusive um ou dois a tomarem suas notas na previsão de algum futuro processo de canonização".
Thomas Merton, Sementes de Contemplação, Cap. XII, pp. 134-135.
Fábio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.