A cada dia, mais me convenço de que somos chamados a ser novos cruzados. O ideal das cruzadas – e falo do ideal puro – deveria nos inspirar e servir-nos de norte para a ação, nos dias de hoje, com relação aos ambientes que freqüentamos ou às ideologias que encontramos no meio do caminho.
Ainda ontem, numa aula, em nome da tolerância e do respeito à alteridade, eu fui chamado, diversas vezes, de fanático fundamentalista. Não diretamente, é claro. Mas o discurso que então se dava se aplicava a qualquer um que leve a religião a sério e que faça do dogma um ponto arquimédico.
Voltemos ao ideal das cruzadas. Aí, os homens, movidos de um profundo amor a algo exterior a si mesmos, arriscavam até a própria vida para defendê-lo. Muitos efetivamente morriam. Nos tempos atuais, como dizia Sua Santidade, o tipo de martírio que enfrentaremos é outro: são as risadas, são as troças, é o isolamento, é o decréscimo, é o desrespeito, é o olhar atravessado. E, não obstante tudo isto seja desconfortável, devem servir-nos como coroas, porque é aí que nós, à semelhança dos cruzados medievais e no cumprimento do preceito divino, morremos, imolamos o nosso orgulho e a nossa soberba e nos achamos dignos de sofrer em nome d’Ele. E, meus caros, se a semente não morre, não produz fruto. Esse ‘cadinho da provação’ é o que forja o caráter e arma os santos.
Ora, se estamos dispostos a morrer para a nossa própria vaidade, qual será a dificuldade de nos expormos na defesa do bem? Sim, porque a malícia não vence a verdade. Ao contrário, os argumentos dos que atacam a verdade e a moral são tão pueris, tão imbecis, que duas coisas não deixam de espantar: a má ingenuidade ou má fé dos que lhe dão crédito e o fato de tais coisas estarem a ser difundidas na academia que, supostamente, deveria ser o canal de veiculação da sabedoria. No entanto, a maioria das universidades têm se tornado apenas um lugar privilegiado para a promoção da ideologia.
Outra coisa necessária, ainda tomando o exemplo dos cruzados, é que procuremos estar armados para este combate, e a nossa arma é a verdade. Não apenas o conhecimento do dogma e da doutrina, que eles absolutamente rechaçam, mas o conhecimento de verdades naturais, tornadas mais claras pela adesão à Fé, para que, como pede S. Paulo, desmascaremos os discursos falaciosos. Isso tudo pode parecer muito pretensioso, mas é o que se nos pede. Sem um estudo sério, seremos como marionetes.
Por fim, não basta estudar muito e aprender a se expor. É preciso que, na base de tudo isto, exista uma verdadeira vida de oração e a participação assídua nos sacramentos. Santidade sem vida sacramental não existe.
Outra coisa que devemos cuidar: não precisamos, por causa disso, virar inimigos de todo mundo. Qualquer lugar onde o que se tenha seja somente guerra se torna insuportável. Depois, se cultivamos o propósito de esclarecer alguém – por mais pretensioso que isto pareça – devemos procurar discernir o modo como devemos agir nas diversas situações. Há casos, mesmo, em que nem vale a pena discutir. Nestes, façamos como diz Jesus: “não jogueis vossas pérolas aos porcos”.
Aí, vem um professor e diz: “mas que pretensão essa, a dos cristãos, de querer ter a Verdade com “V” maiúsculo! Essa Verdade não existe...” rs.. E aí, dizemos nós: que pretensão a deste professor de falar do que não sabe e de declarar categoricamente que a única verdade é a inexistência da verdade ou o seu absoluto relativismo. Com base em que ele diz isso? Com base no que ele ingenuamente e miopemente supõe. Quem é mais pretensioso, afinal? O cristão que confia absolutamente no Cristo, ou o professorzinho que confia absolutamente na própria opinião, sem que lhe exija qualquer fundamento?
A não existência da verdade é o novo dogma da modernidade, é a moda das academias. E, coitados, nem atentam para a contradição desta assertiva. De fato, apareça aí um cristão pra dar um pouco de luz, afinal, como diz o apóstolo, Deus nos constituiu luzeiros.
E quem achar ruim, que se converta.
Ad Iesum per Mariam
Ad Iesum per Mariam
Fábio
Muito bacana, o seu texto. Apesar de pagã, achei linda a sua determinação e a busca pela vivência daquilo que segue e acredita. A "sua verdade" é bela para você, para alguns que compartilham, mas não queira que ela se torne a verdade das outras pessoas. Existem vários caminhos para chegar à Luz, e o seu pode ser um deles. Acredito que os cavaleiros cruzados lutavam por Jerusalém acreditando que haveria lá um reino de consciência. A verdade que se busca é a da consciência, e ela não pertence a alguma religião específica. Ela pertence a todos os indivíduos que desejam encontrá-la. Ela é um caminho que une o Homem à essência divina que há em nós.
ResponderExcluirCara anônima,
ResponderExcluirAgradeço a sua simpatia. No entanto, não se trata de ser "minha verdade". Eu criticava, no texto que vc achou bacana, justamente este costume ruim de fazer da opinião infundada um axioma. Jesus, porém, não é uma opinião, é uma pessoa e é a Verdade, acreditem nEle ou não.
Não é pq alguém acha que a terra vai virar ao contrário de repente que isto acontecerá. No entanto, quando temos uma verdade, ela é verdade para todos: se alguém detesta a lei da gravidade, nem por isso poderá sair por aí flutuando.
Se é verdade, é verdade para todos. É o caso de Deus.
Quando vc diz que "existem vários caminhos para chegar à luz", vc está pretendendo dizer uma verdade que seja absoluta: cada um tem o seu modo. Só que aí vc cai em contradição: como que vc critica o absoluto de uma verdade propondo uma verdade absoluta? Isso é falso, menina.
A verdade que se busca é a real! A verdade da consciência só é verdadeira se se adequa à verdade real. E ela pertence sim a uma religião específica, pois o próprio Deus fez-se homem para nos ensinar. Este mesmo Deus fundou uma Igreja: a Católica Apostólica Romana.
Quem quiser encontrar a Verdade, terá de ir Àquele que disse: "Eu sou a verdade".
Por fim, não há essência divina em nós. Isto é gnose!
Abraço.
Parabéns Fábio!
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