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"Se o sal perder o sabor, com que havemos de salgar?" - Chesterton


O santo é remédio por ser antídoto. Realmente é esta a razão por que o santo é tantas vezes mártir: tomam-no por veneno por ser teriaga. Em geral sucede restabelecer ele a saúde do mundo exagerando aquilo que o mundo despreza: um elemento qualquer, que não é, de modo nenhum, sempre o mesmo em todas as épocas. No entanto, cada geração procura o seu santo por instinto, não o que ela quer, mas o de que precisa. Com certeza é este o significado destas palavras, tão mal compreendidas, dirigidas aos primeiros santos - "Vós sois o sal da terra" - que levaram o imperador da Alemanha a proclamar, com a maior seriedade, que os seus rotundos alemães eram o sal da terra, querendo dizer com isso que eram os mais fortes e, por conseguinte, os melhores do mundo. O sal, todavia, serve para condimentar e conservar a carne não por lhe ser semelhante a ela, mas por ser muito diferente dela. Cristo não disse aos Seus Apóstolos que eram unicamente excelentes pessoas, ou as únicas pessoas excelentes, mas que eram pessoas excepcionais, permanentemente discordantes e incompatíveis; o texto a respeito do sal da terra é em verdade tão vivo e penetrante como o gosto do sal. Por serem pessoas excepcionais, é que não deveriam perder a sua qualidade excepcional. "Se o sal perder o sabor, com que havemos de salgar?" é uma pergunta muito mais aguda do que qualquer lamentação a respeito do preço da melhor carne. Se o mundo se tornar demasiado mundano, pode ser censurado pela Igreja; mas, se a Igreja se tornar demasiado mundana, não pode ser censurada por mundana pelo mundo.

G. K. Chesterton, Biografia de Sto Tomás de Aquino
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