"Só quem nunca frequentou os espaços da pastoral popular pensa que ela é apenas lugar de reflexão política e de crítica social. É verdade que em alguns lugares a discussão ofuscou a celebração e a comunidade de fé correu o risco de reduzir-se a um grupo ideológico. Mas, uma vez mais, a dimensão religiosa do povo tende a emergir as virtudes teologais que estão nos corações, e a recuperar a densidade da relação com Deus. Há enorme criatividade nas celebrações litúrgicas e, principalmente, no escutar a palavra de Deus. Todos estes anos viram o crescimento dos círculos bíblicos, que trazem permanentemente o sinal e o chamado do Deus da vida".
Luiz Alberto Gómes de Souza, Teologia da Libertação: Novos Desafios, Prólogo. São Paulo: Ed. Paulinas, 1991. Pg. 8
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É curiosa essa afirmação que vai acima. Eu já frequentei, não exatamente uma reunião específica da TL, mas já fui a eventos que eram conduzidos por adeptos desta corrente ideológica e sei bem como que é. De fato, o norte das discussões é sempre a dimensão social. Esta é como a pedra base sobre a qual tudo o mais será construído e reduzido. As passagens da Sagrada Escritura funcionam, neste contexto, apenas como instrumentos que, por via da analogia, servirão para dar autoridade ao discurso pseudo-cristão. Toda a História da Salvação é lida sob a lente da luta de classes fazendo com que Jesus e os profetas se convertam, por fim, em meros revolucionários.
Afirmar que "a dimensão religiosa do povo tende a emergir as virtudes teologais que estão nos corações" é dizer coisa com coisa. Primeiro, que as virtudes teologais não têm sua origem "nos corações". Elas são dons de Deus e podem ser facilmente perdidas. Não basta um movimento religioso que mobilize sujeitos inocentes e cultores de uma "mística popular" para que as virtudes teologais venham a emergir. Isso é um naturalismo barato próprio de quem não tem idéia do que seja o catolicismo. Ao contrário, é preciso possuir uma fé verdadeira e completa, tal qual a Igreja a ensina, sem inovações ou novidades, para que a Fé, como virtude teologal, se estabeleça na alma. E é Deus quem a dá. Para tanto, é mister submeter a inteligência e a vontade à doutrina tradicional da Igreja. A Esperança, como virtude teologal, tem seu fundamento na Fé. Portanto, se não há Fé Teologal, não há Esperança. Por fim, a Caridade é a mais fácil de se perder. Basta não ir à Santa Missa num domingo por um motivo banal e já era. Muitos destes adeptos de uma "religião popular" faltam as Missas dominicais para participar de celebrações festivas nas periferias ou em sítios. Não venham, portanto, dizer que há virtude teologal nisso aí. E isso é só um exemplo dentre tantos outros que poderiam ser citados.
Por fim, se não há a Graça, não há "densidade da relação com Deus". A gente vai percebendo que, nesse ambiente revolucionário pseudo-devoto, há sempre um reducionismo da religião, a adesão a um certo imanentismo do sagrado. A espiritualidade se reduz, pra esse povo, aos meros sentimentos dos presentes, às intuições provindas dos mil símbolos que utilizam; enfim, a mística é esgotada pelo subjetivo. Neste contexto, a presença objetiva de Nosso Senhor é dispensável. Importa apenas que Ele sirva de inspiração revolucionária, numa leitura forçada da Escritura. Mas isso não é catolicismo, oras. Isto é, como dizia Sta Teresa, abobamento.
Dizer que "há muita criatividade nas celebrações litúrgicas" não é fazer nenhum elogio, mas apenas constatar definitivamente o quão distante da Igreja andam essas reuniões pseudo-católicas. Na verdade, as celebrações litúrgicas não precisam de muita criatividade, mas do acatamento e do senso do mistério, do respeito. Ao invés da auto-promoção da invencionice, requer-se a renúncia de si mesmo diante do Sacrifício do Senhor, o silêncio, a gravidade, a seriedade, a integridade de alma. Uma celebração que traz a grande criatividade dos presentes torna-se uma celebração muito ordinária, reduzida à medida humana e que, como bem dizia Bento XVI, configura-se como um grito no escuro. Na Celebração Católica, ao contrário, é Deus quem determina o que acontece e a celebração tem o jeito d'Ele. É por isso que ela nos santifica, porque é como uma "invasão" do Sagrado no nosso cotidiano.
É preciso ganhar um senso agudo de que sozinhos não podemos nada. Não adianta fazer mil invenções com o nosso gosto. Será só barulho, como diz S. Paulo. Abrir-se a Deus é saber que Ele nos ultrapassa e aprender a respeitar aquilo que Ele determinou; reconhecer que a Liturgia tem uma natureza própria e que isto demanda obediência. Para tal, não convém criatividade e invencionice, mas tão somente acatamento e respeito. E quem pensa que esta segunda atitude provoca na alma um desgosto, uma tristeza, está enganado. Ao contrário, é quando nos abandonamos em Deus, fazendo a Sua vontade, que a alegria que não tem fim pode reluzir na alma. "Que a minha alegria esteja em vós e que a vossa alegria seja plena", disse Ele aos Apóstolos. E lembremos que esta é a alegria de uma vida cujo único intento era fazer a vontade do Pai. É quando descobrimos ser esta Vontade algo que está além da nossa que, renunciando a nós mesmos, nos abrimos à profundidade do Mistério que nos ultrapassa.
O contrário, porém, isto é, a livre manipulação da celebração, o fechamento em nosso próprio limite, não faz mais do que causar uma espécie de frustração que só é agravada pelo auto-esforço do sujeito de disfarçar a absoluta fatuidade do que se construiu. Muito barulho, muitos sorrisos, mas, no fim, um nada. Não há nisso verdadeira conversão. O fim deste percurso é a mediocridade ou o abandono total da religião.
Com relação aos sujeitos que promovem estes tipos de criatividade e que, em simultâneo, se negam a obedecer as determinações da Igreja, Nosso Senhor bem lhes poderia dizer: "Vós nem entrais no Céu, nem deixais que os outros entrem, porque ludibriais os inocentes. Com esses cultos à vossa medida e segundo o vosso gosto e vossas paixões, causais nas almas dos pequenos a falsa suposição de que isto os dispensa da vida sacramental. Vós demonstrais querer saciar-lhes a sede quando, na verdade, ofereceis veneno para que bebam e morram."
A "criatividade na escuta da Palavra de Deus" nessas reuniões da TL é obviamente importante para que se possa interpretar a Escritura de modo diverso do que ensina a Santa Igreja. É preciso, mesmo, ser muito criativo para fazer de Jesus um precursor de Marx e reduzir o Seu projeto a uma luta contra as estruturas econômico-sociais. Em toda essa conversa, vê-se a total abstração da Graça, dos Sacramentos, do Transcendente, etc.
A Teologia da Libertação, sob as máscaras de um cuidado zeloso pelos pobres e marginalizados, esconde uma face perversa, avessa a Deus e à Religião; uma ideologia que pretende fazer que o homem acredite que o céu a que é chamado é aqui e agora, devendo ele, portanto, militar em prol da "sagrada revolução". O pior é que muitos destes pobres terminam comportando-se como típicos esquerdistas ao mesmo tempo em que levam na alma a certeza de que se tornaram católicos exemplares.
O grande ponto que se deve considerar é que todos estes pressupostos marxistas apenas encontram espaço na alma quando esta ignora a doutrina da Igreja. "Meu povo se perde por falta de conhecimento", diz Nosso Senhor no livro de Oséias. Portanto, para combatermos este erro pernicioso, cumpre formar bem os cristãos. Mostremos, caríssimos, os problemas desses discursos e lutemos para que todas as pessoas, inclusive os pobres e marginalizados, tenham contato com a legítima luz católica. Como dizia Sto Tomás, a Fé é mais importante que a vida, pois ela nos livra da segunda morte. Lutar para que a Fé seja conhecida sem erro é, portanto, o maior ato de caridade que podemos fazer pelos homens. É a partir de uma Fé correta e íntegra que as intervenções, inclusive sociais, ganharão legitimidade e, de fato, promoverão a pessoa humana, sem reduzi-la.
Que Nosso Senhor, Deus verdadeiro, nos ensine. Que a Virgem Santíssima esmague os erros que se insinuam na Igreja de Seu Filho. Que Deus nos guarde a todos.
Fábio
É verdade... por muito tempo participei com minha família das campanhas da fraternidade sem perceber o quanto isso se distanciava da essência cristã. Agora, quase me batem quando falo que a CNBB não é católica, até porque são os bispos da Igreja que estão lá... mas isso que ainda não entendo, por que a Igreja ainda não condenou estas influências TL?
ResponderExcluirOlá Amanda..
ResponderExcluirSobre a TL, o Papa João Paulo II, num momento de ingenuidade, chegou a dizer que ela era "útil e necessária" para a América Latina. Muita gente, depois, se agarrou a essa frase, querendo mostrar como a Igreja a aprovava. João Paulo II chegou ainda a escrever outras coisas mais ou menos desse tipo e que hoje são usadas para uma tentativa descabida de defesa da TL. No entanto, ele mesmo percebeu, posteriormente, o caráter nocivo dessa ideologia e a condenou, em janeiro de 1979, na alocução de Puebla.
Já o Papa Bento XVI, depois de inúmeras referências a este erro pernicioso, a condenou na instrução Libertatis Nuntius, que pode ser lida aqui (http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19840806_theology-liberation_po.html)
No entanto, ainda que sejam dadas provas evidentes de que a Igreja se opõe à TL, os nossos senhores bispos gostam de brincar de revolução contra Roma e, infelizmente, permanecem disseminando esse negócio...
Agora, eu bem gostaria que o Papa escrevesse algo condenando dogmaticamente a TL, impondo, desse modo, a excomunhão a todos que aderem a este mal que tanto tem ferido a Igreja. Se bem que aqueles que defendem conscientemente o princípios do socialismo já são excomungados latae sententiae por um decreto de 1949 escrito pelo Papa Pio XII.
Grande abraço.
A DEGRADAÇÃO CRISTÃ POR MEIO DO SOCIALISMO/COMUNISMO E SUBFRUTOS: TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO/MARXISMO CULTURAL
ResponderExcluirA Teologia da Libertação/Marxismo Cultural é uma heresia criada pelo Socialismo/Comunismo Internacional para minar a Igreja Católica Tradicional e a democracia, por partidos socialistas/comunistas; os pressupostos se baseiam em experiência anterior do comunismo de se impor pela violência e não obter bons resultados.
Trata-se de nova tática subversiva agindo na mídia, comprando-a para se propagar e infiltrando agentes da Internacional Socialista desde Stálin – há mais sociedades secretas no processo de tentar implodir a Igreja – passando-se por sacerdotes e até bispos ordenados, distorcendo-lhe a doutrina dando conotação socializante - embora pareça ser religiosa; seus membros são apostasiados, como ex freis Boff e Betto, etc.; e se esforçam por destruí-la, negando sua transcendência doutrinária, credibilidade e socializando a doutrina da Igreja em meio de atingir aqui o paraíso socialista.
Os exemplos de seus "paraísos" são os países-prisões, como: Cuba, Coréia do Norte e outros marxistas.
Note-se que no doutrinamento a TL/MC usa os mesmos termos eclesiais, apenas ideologizando-lhes o sentido, sem confrontação direta, com poucas diferenças; isso facilita a perversão de quem não souber do sofisma para camuflar a verdadeira intenção, que é de subverter a pessoa por falsa doutrina.
Um dos pilares de revolta contra a Igreja é de ela nos propor com veemência o seguimento do Decálogo, insistindo em não participar do ateísmo marxista, devassidões mundanistas e orgias atuais do pansexualismo etc., e ainda por acusar de heréticos e satânicos os comportamentos de agentes e seguidores das teorias e práticas socialistas/comunistas.
Idem, por desfamiliarizarem a sociedade, aliená-la, atiçando a cobiça e inveja em lutas de classes entre si e a violência e favorável à implantação de todas as possíveis mazelas morais – BBBs da vida, uniões gays, glbts, aborto, eutanásia, indistinção sexual, pedofilia, seitas, etc., pois em uma sociedade amoralizada e desagregada facilitará a implantação da Nova Era- NWO/SHA - por sinal pertencente às seitas secretas e materialistas.
Convém notar que os objetivos finais seriam aplainar as vias ao advento da NWO/SHA e anexos, e o próximo passo o controle pessoal pelo microchip, previsão de instalação inicial para breve nos EUA.
A nova religião a se implantar de governo mundial seria a Nova Era/NWO – supermercado de religiões ocultistas – onde cada um escolherá a que mais se adaptar às suas conveniências e apreço.
O Socialismo/comunismo é condenado por todos os últimos 10 Papas unanimente sob todas as formas, com pena de exclusão automática a católicos que se filiarem, colaborarem sob qualquer forma ou pretexto, inclusive votar em candidatos e partidos SOCIALISTAS/COMUNISTAS e aliados - piores ainda os possuidores de militância ativa - por grave pecado de apostasia, por auxiliarem na implantação de leis iníquas e homicidas.
Acha boa idéia aceitar e seguir os erros acima e desde já se manter inscrito na agenda de satanás para a eternidade afora?