Há poucos dias atrás, nós líamos, com desgosto, um texto de autoria do "ateólogo da libertação da carochinha" Pe. J. B. Libâneo que, disponibilizado pelo folheto litúrgico da Paulus, nos brindava cafajestemente com os clichês de um marxismo pseudo-beatificado. Na verdade, sendo patente a contradição de um materialismo espiritual, este padre ia tecendo, no seu artigo ordinário, não sutis elogios aos tais benfeitores ateus. E toda essa brincadeira de mau gosto, essa troça dos infernos, trazia a bênção de aprovação de uma entidade que merecia ganhar o prêmio nobel da tosquice, e cuja existência pode ser concebida como um cavalo de tróia a reunir inimigos disfarçados no interior da Santa Igreja, a CNBB.
Neste último domingo, porém, vimos que o Pe. Libâneo, inspirado por não sei que forças misteriosas, conseguiu o improvável fato de superar-se. O novo texto de sua autoria conclui aquilo que o de antes tinha sugerido. O ateísmo, nesta última ocasião, é defendido não apenas como uma via alternativa legítima, mas, ainda, como o único caminho adequado à nossa contemporaneidade. Ele passa a constituir a única escolha sincera frente à alienação israelita de se ater sempre a um passado onde se crê que Deus lhe tenha falado.
Também "desaloja a esperança", suposta fonte de infelicidade, talvez característica de cristãos simplistas que, ainda supostamente, se furtam da densidade do presente. Tudo isto é feito pela via ateísta em prol da valorização do aqui e agora, do Carpe Diem. Além de toda a falácia deste discurso, como bem o mostrou o Jorge Ferraz, mostrando como não há essa sabedoria popular totalmente alheia a qualquer religiosidade nem tampouco esta fuga do presente no cristianismo, cumpriria perguntarmos ao referido padre se ele é ateu, ou se é apenas um adepto prático desta fantasiosa teoria que ele expõe com tanta simpatia. Libânio faz papel vergonhoso de um jeito ou de outro.
Mas, passemos a limpo, enfim, algumas expressões que ele derrama na sua apologia da inutilidade prática de Deus.
"Importa amar somente o que existe hoje, sem olhar com saudosismo por um passado que já não existe".
Quando Libânio expõe e elogia tal atitude, o que ele faz, na verdade, é pregar a infidelidade a qualquer valor, e reduzir o real ao estreito limite da nossa experiência imediata. Para ele, talvez sejam muito tolos aqueles exilados que, diante da proposta de cantarem, em outras terras, as músicas com que se alegravam em Sião, respondiam: "Como havemos de cantar os cantares do Senhor numa terra estrangeira? Se de ti, Jerusalém, algum dia eu me esquecer, que resseque a minha mão. Que se cole a minha língua e se prenda ao céu da boca, se de ti não me lembrar! Se não for Jerusalém minha grande alegria!" (Sl 136)
Para este padre, talvez fosse legítimo esquecer-se de Deus e traí-Lo com os atrativos imediatos. Mas, quem não perceberá que isto é precisamente o extremo oposto do Evangelho? Libânio discursa contra a fidelidade, que é sempre amor constante a algo e que, no contexto cristão, remete a Outro que está para além do tempo. Pobre Libânio... Vejamos se isto não se insere perfeitamente na "semiótica dos afetos" de Nietzsche. Segundo esta teoria, os diferentes sujeitos esconderiam seus interesses íntimos sob a capa de uma moral específica. Pode ser o caso, mas não ouso afirmá-lo.
O que será que este jesuíta míope - para ser generoso - diria ao ouvir a repreensão de Nosso Senhor: ""Ai de vós que rides", esquecendo-se de quem sois e de onde sois, traindo a vossa Pátria"? Por certo, este padre reclamaria ao escutar algo desse tipo: "Agora estais tristes (...) Mas, depois, o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria". Dirá Libâneo que essa esperança é alienante? Talvez ele ainda rasgaria as vestes ao escutar o Cristo dizer o que segue: "o meu Reino não é deste mundo". Mas, ainda que o Libâneo esperneasse e se revoltasse espasmodicamente na sua tosca afetação e no seu tolo romantismo, ele, por certo, terminaria por escutar a grave reprimenda de Jesus: "Teus pensamentos não vêm de Deus..." e, se Jesus estivesse bem humorado, completaria: "aliás, que porcaria é essa, Libânio?".
"Claro que nem tudo no presente merece ser vivido. Recorremos então à experiência e à ciência, que nos oferecem luzes para entender o que está a acontecer, e a discernirmos o que fazer".
Já dizia alguém que, quando nos falta Deus como absoluto, nós passamos a incensar um falso absoluto. Neste caso, recorreu-se à experiência e à ciência. Mas, quem recorre à experiência, recorre, por força, ao passado, a uma espécie de tradição. Portanto, parece que não é qualquer passado que devemos recusar, mas somente o passado religioso. Objetar-se-á que, no caso da experiência, a história surge como um instrumental para a leitura e interpretação do presente. No entanto, para Israel, a lembrança da Aliança servia-lhes também para ressignificar o presente, isto é, lhe dar um sentido específico que, por sua vez, fundamentava neles a esperança da futura libertação. Porém, a diferença mais significativa para Libânio parece estar no fato de que, enquanto os ateus se atêm absolutamente ao processo histórico, o cristão volta ao seu olhar para Aquele que está além da história e que de lá pode intervir no nosso meio. Ser cristão é ter uma abertura ao transcendente. Eis o que ele acusa de alienação. Ao contrário, ele parece defender que deveríamos esperar toda e qualquer redenção como proveniente de nós mesmos, do próprio processo histórico, numa fátua auto-suficiência que tem sido, durante toda a história, o grande motivo do mal no mundo. Pobre Libânio...
"Desalojemos a esperança, como fonte de infelicidade. Ela adia para amanhã um prazer a ser vivido hoje. Posterga o bem porque não pode realizá-lo ou desconhece a história a vir. Pura ilusão. Então nos resta somente o presente conhecido, no qual escolhemos o que nos traz felicidade."
Se não temos esperança, esquecendo, para isto, o futuro, desistimos do céu e de Deus. Relativizamos a Cruz do Senhor e O negamos de modo muito mais radical do que ousou fazer o temeroso Pedro, naquela sombria noite. Na verdade, a esperança é a resposta coerente à fé. Esta nos diz que estamos exilados e, por isso, elevamos os nossos olhares à espera dAquele que virá. Tudo isto lança luz sobre o agora e lhe dá verdadeiro sentido, assim como é pela luz do sol que, embora exterior à Terra, distinguimos visivelmente os objetos. É, pois, pela fé e pela esperança que fundamentamos a nossa fidelidade. Um marido que abandona a esperança de encontrar sua mulher à noite, após sair do trabalho, e se apega, ao contrário, às possibilidades de adquirir prazer no seu absoluto presente, não será fiel. Libânio está recomendando a traição e o egoísmo cru. Em última instância, está a pedir que o homem se dê a todo e qualquer prazer que lhe apareça à frente.
Chamando o objeto da esperança cristã de ilusão, este padre se comporta como um pobre materialista ateu. Ao dizer que é no presente que escolhemos o que nos traz felicidade, ele recomenda-nos ceder a todos tipos de pecados e vícios, num "livre exame" do bem. Na verdade, é para o egoísta que só importa o prazer imediato; ele perde de vista o contexto, visando somente o que pode, no momento presente, lhe proporcionar gozo, não importando se isto fere algum valor. O egoísta, então, desconhece a idéia do sacrifício e da mortificação. Ele não sabe esperar e, portanto, é marionete de seus desejos, mesmo os mais baixos. A história humana o demonstra à exaustão.
Além de todo este problema, dizer que somos nós que escolhemos o que nos traz felicidade, nos faz excluir, nesta afirmação teletubiana, a existência objetiva do bem, da verdade e da beleza; sumimos com a essência humana, com a sua vocação dada por Deus e desembocamos num subjetivismo e utilitarismo mesquinhos. Pobre Libânio...
"A liberdade humana percebe, dentro da história e nunca fora dela, um excesso que nos impele para a frente."
Destaco a expressão "dentro da história e nunca fora dela". Há aí como uma expulsão de toda e qualquer transcendência; um grito revoltado de "nós nos bastamos!". Juro que deu uma vontade de dizer, agora: "Vade retro" por vislumbrar, por trás da sentença, uma sombra suspeita.
Ainda que ele diga que há valores que nós não inventamos, fazer estes valores descenderem daqui mesmo é reduzi-los, forçosamente, a alguma coisa cultural, consensual, despojando-os do seu fundamento ontológico que, naturalmente, se encontra para além do tempo.
"Não faz falta nenhuma transcendência além da história".
Libânio, por certo, não leu Sartre. Ali está exposto, de um modo visceral, o absurdo de uma existência que, ausentada do seu Criador, perde a sua razão de ser, carecendo de qualquer finalidade. Fechar-se na história, recusando toda a parte do real que está para além dela, é asfixiar-se espiritualmente, é tornar-se míope, é renunciar à altíssima dignidade da alma humana que descende do alto e cuja natureza é, no dizer de Dom Estêvão Bettencourt, essencialmente um clamor a Deus.
"A civilização ocidental, ao longo dos séculos, está a preparar tal caminho. Cabe-nos trilhá-lo".
Só posso dizer a este sacerdote Jesuíta: "É uma pena.. mas vá só."
***
Alguém poderá dizer que nesta série "Caminhos da Existência", o Pe. Libânio apenas pretende expor diversos modos de se viver, alternativos àquele propriamente cristão. Ainda que fosse o caso, o folheto litúrgico da Santa Missa não é o lugar. O modo como o referido sacerdote elogiou este caminho - que é evidentemente falso -, sem criticá-lo ou fazer-lhe ressalvas - o que seria o mínimo - também denota simpatia com a causa. Além disto, como expoente da Teologia da Libertação, a suspeita de que o padre sinceramente acredite em tudo quanto elogiou e recomendou - notemos o "cabe-nos trilhá-lo" - se torna muito fundamentada.
Por fim, não posso deixar de notar o que vai no rodapé do folheto: "Texto litúrgico (rsrs) publicado com a autorização da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)". Como não sou o Olavo de Carvalho, expresso com moderação a minha indignação, e termino por aqui. Que Deus nos acuda.
Fábio.
Que pena que existem pessoas com tamanha ignorancia...mais do que nunca tenho a certeza de que toda forma de fanatismo é tola...quem ja foi a uma missa do pe Libanio sabe do que falo pois em suas praticas ele sempre aproxima os ensinamentos biblicos do presente, sem misticismos tolos ou falsos moralismo...apenas prega a palavra de Deus para as pessoasde hoje! Realmente deve ser muito interessante uma pratica pregando apenas as passagens, como que se todos ainda vivessem ha 2000 anos atras...lamentavel! Pior que a ignorancia é fechar os olhos pra realidade em prol de principios tolos...
ResponderExcluirFanatismo, é? hehe
ResponderExcluirVcs acham que encerram o debate chamando os outros de "fanáticos"? Que tolerante da sua parte! E que sabedoria no apodo rápido, não?
O que seriam os "misticismos tolos"?
O que seria o "falso moralismo"?
O que seria a "palavra de Deus para as pessoas de hoje"? Será que Deus teria uma palavra ontem, e uma hoje? Deus segue a moda? Que inteligente da sua parte...
Meu caro, ninguém está pedindo para pregar como se só houvesse as "passagens" de 2.000 anos atrás. Mas estas "passagens" não podem ser negadas. Depois, jura que você conhece toda a Tradição bimilenar da Igreja? Conhece a doutrina que foi sendo sistematizada pelos Concílios? Mas é claro que não conhece, senão você amaria a Igreja e entenderia que não se trata de "fanatismo". Que fácil pra vc simplesmente ignorar o ensino da Igreja e achar bonitinho uma pregação moderninha, não? E ainda mais de um dos expoentes da TL. Que romântico da sua parte...
E o que seria "fechar os olhos pra realidade"? Vc está falando de você mesmo? Não entende que é contraditório ser católico e, ao mesmo tempo, seguir a cartilhinha marxista? Quem está fechando os olhos à realidade? Acorde, meu caro...
E o que, por fim, seriam os "princípios tolos"? Eu arrisco que você nem sabe do que tá falando. Suas críticas são tão genéricas e só demonstram que você anda às apalpadelas num assunto que te é absolutamente estranho e nublado e que, no entanto, você ainda insiste em meter a colher.
Aiai...
SOCIALISMO/COMUNISMO = TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO/MARXISMO CULTURAL = NWO/SHA
ResponderExcluirA Teologia da Libertação/Marxismo Cultural é uma heresia criada pelo Socialismo/Comunismo Internacional com vínculos também com o protestantismo e maçonaria para minar a Igreja Católica Tradicional e a democracia por meio partidos socialistas/comunistas; os pressupostos se baseiam em experiência anterior de o comunismo se impor pela violência e não obter bons resultados.
Trata-se de nova tática subversiva agindo na mídia, comprando-a para se propagar e infiltrando agentes da Internacional Socialista desde Stálin – há mais sociedades secretas no processo de tentar implodir a Igreja, passando-se por sacerdotes e até bispos - os membros da TL apostasiam-se - como os ex freis Boff, Betto, Susin, Pe Libânio, etc., distorcendo-lhe a doutrina, apresentando como exemplos(comunistas) a Boff, Betto, D Hélder, etc., dando conotação socializante, negando-lhe a transcendência, etc., embora pareça ser religiosa, é imanente; ainda subvertem de modo capciosos os termos místicos e exegéticos da Igreja, sem grandes diferenças, iludindo facilmente a incautos. 0s exemplos apologizados pela TL são os países-prisão: Cuba, Coreia do Norte etc. com suas doutrinas ateístas.
Note-se que no doutrinamento a TL/MC usa os mesmos termos eclesiais, apenas subvertendo-os, ideologizando-lhes o sentido, com poucas diferenças; facilitando a perversão de quem não souber do sofisma para camuflar a verdadeira intenção;perverter incauto a pessoa por falsa doutrina.Aliás, A Editora Paulos além de o folheto "O Domingo", em "Os caminhos de Existencia", confira o de n° 14, por ex., doutrinação socialista da TL explícita; possui a bíblia"EDIÇÃO. PASTORAL", devidadamente socializada, versões de Ivo Storniolo e Euclides Balancin, com "imprimatur" de D Luciano Mendes. As observações irrefutáveis são do eminente teólogo D Estêvão Bettencourt.
Um dos pilares de revolta contra a Igreja é por nos propor não participar do ateísmo comunista, do mundanismo, relativismo e orgias do pansexualismo e por acusar de heréticos e satânicos as ações de seguidores de teorias e práticas marxistas.
Idem, por a Igreja os acusar de desfamiliarizarem a sociedade, aliená-la, atiçarem a cobiça e a inveja em lutas de classes, a violência e favorável às mazelas morais – BBBs da vida, uniões gays, feminismo, aborto, eutanásia, indistinção sexual, pedofilia, seitas, etc., pois uma sociedade amoralizada e desagregada e agredindo-se mutuamente facilitará a implantação da Nova Era - NWO/SHA e seus anexos, um supermercado de religiões ocultistas, idem pertencente às seitas secretas e materialistas, assim como um Estado totalitarista, materialista, opressor e ateu.
O próximo passo seria o controle pessoal pelo microchip, previsão de instalação inicial para breve nos EUA.
O S/C - TL/MC são condenados por todos os S Padres unanimente sob todas as formas e modelos, com pena de exclusão automática a católicos que se filiarem, colaborarem sob qualquer forma ou pretexto, inclusive votar em candidatos e partidos SOCIALISTAS/COMUNISTAS e aliados - piores ainda os possuidores de militância ativa - o grave pecado de apostasia - por auxiliarem na implantação de leis iníquas e homicidas.
Aliás, em sua ida à Alemanha, cidade de Erfurt, O S Padre Bento XVI classificou o Socialismo-Comunismo e Nazismo de "chuvas ácidas" e ao Socialismo-Comunismo de "peste vermelha" e ao Nazismo de "peste negra". O S Padre Leão XIII, por ex., sentenciou: "os comunistas, socialistas e niilistas são uma peste mortal que se introduz como a serpente por entre as articulações mais íntimas dos membros da sociedade humana, e a coloca num perigo extremo".( Quod Apostolici Muneris).
Apoiar e viver o acima é apostasiar-se; inscrever-se desde já na agenda de Satanás para a eternidade.
Aliá, bom seria , como fiz, questionarem a Editora Paulus, boa idéia?
Conheço um pouco a Editora (SOCIALISTA) Paulus, especialista em socialismo religioso não é de hoje; eu mesmo reclamei do folheto no acima na época, nem responderam.
ResponderExcluirEles têem biblia adaptada à Teologia da Libertação, tradução dos padres Ivo Storniolo e Euclides Balancin, imprimatur de D Luciano Mendes, e os comentarios sobre a socialização foi comentada pelo eminente teólogo D Estêvão Bettencourt.
"O DOMINGO" da mesma editora era recheado de "marxismo Cultural", por ex, à leitura das preces comunitarias, a resposta do povo era: "escutai nossas preces"; por sinal, muito vago pedido, mas deveria ser nesse caso: "Senhor, ouvi e atendei as nossas preces"; o marxismo cultural é para aos poucos "sutil, lenta e gradativamente" alienando as pessoas à fé, distanciando-as de Deus e as preces a Ele cada vez mais vagas, como a referida, em todos os lugares.
Pe Libanio estava no último congresso da Unisinos-RS, da Teologia (comunista) da Libertação, onde compareceram os comunistas sacerdotes/PT, ex freis Boffs, Betto e mais; farinha do mesmo saco.