Tradutor / Translator


English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Pérolas da TL II

Expoente da TL em momento de "Síntese Mística do Universo"

Pessoal, ponho mais algumas pérolas dos teóricos da Teologia da Libertação. Dessa vez, não resisti e pus, em azul, pequeníssimos comentários entre parênteses no meio das citações. Esse povo é muito estranho, rs...
----

"Esta questão da espiritualidade é de fato muito polêmica, porque tem uma tradição na Igreja segundo a qual espiritualidade é cuidar do céu e a melhor maneira de hoje, no mundo, se descuidar dos problemas da vida. Essa era uma tradição, infelizmente, quase vigente na Igreja Católica e em outras Igrejas cristãs. Ora, a Teologia da Libertação é uma teologia que cuida da vida. É uma teologia prática, que surge da prática e vai para a prática: a prática libertadora, a comunhão com a vida do oprimido, o resgate de todos os valores da vida e da terra. Então, como é que vai se preocupar com uma história que é meio do céu, abstrata, de uma coisa muito individualista, de oração e de contemplação de Deus?" (É.. como, né? Se o céu não existe...)

M. Barros
***

"Em última instância, o projeto de uma nova sociedade justa e igualitária terá que necessariamente se desembocar na questão da mística. Por isso é que - um pouco brincando, ms também bastante sério - eu costumo dizer que no futuro da América Latina, o homem e a mulher novos serão filhos do casamento de Santa Tereza D'Avila e Ernesto Che Guevara." (credo!)

F. Betto.
***

"Os processos de libertação necessitam de uma práxis popular, sindical, etc. Necessitam de uma teoria social, política e teológica. Mas nós, seres humanos, necessitamos também de espírito, que não é o mesmo que a prática, a teoria. O que quero dizer com espírito? Pode-se teoricamente fazer uma revolução por amor ou por protagonismo. Pode-se lutar pelo bem do outro ou pelo bem de mim mesmo. Isso eu chamo espírito: por que fazemos as coisas, de que modo as fazemos. Isso eu chamo espiritualidade."

J. Sobrino
***

"A grandeza do ser humano é poder se interiorizar. Unir o universo inteiro dentro de si (Ele é um Cavaleiro do Zodíaco, só pode...), fazer aí uma síntese e entregá-la em forma de amor e amizade ao outro, em forma de doação a Deus. Quando uma pessoa faz isso - pode ser um soviético como Gorbatchev que também fala de espiritualidade, como pode ser um cristão -, aí se realiza esse fenômeno extraordinário que só é possível entre os humanos: a espiritualidade. É o entrar dentro de si, sintetizar todo o universo (Vai Seya!), para fazê-lo doação ao outro. Para mim, quem consegue fazer isso vive o dom maior do espírito (O meteoro de Pegasus), que é a capacidade de ser livre, e sempre livre para os outros."

L. Boff
***

"Os nossos companheiros de luta têm uma espiritualidade profundíssima (Pense!), uma vivência de fé permanente que os leva até ao martírio. A dificuldade, porém, está em explicitar isso. Eles têm a espiritualidade, mas não convivem muito bem com as expressões dessa espiritualidade. Por que não convivem? Por vários motivos. A espiritualidade assumiu durante os séculos formas e expressões que são alienadas, que são opressoras (¬¬), de um caráter muito marcado por uma filosofia dualista (a luta de classes não é dualista nadinha...). Isto faz com que o pessoal não se encontre à vontade com tal espiritualidade."

M. Barros
***

"Você imagina o seguinte: o pessoal estava acostumado antigamente a um tipo de celebração muito legalista, muito baseada no folheto ou nas formas litúrgicas antigas. De repente, entram em contato com uma visão de fé mais histórica, da fé como expressão da vida, etc. Qual é a consequência disso? Eles querem de tal maneira integrar essa vitalidade, essa experiência das comunidades na liturgia, que esta fica sendo uma expressão intelectual grande da luta, um encontro comunitário muito importante onde há muita reflexão libertadora, mas que de vez em quando perde esse elemento de gratuidade, da expressão da fé mais afetiva."

M. Barros
***

"As nossas liturgias, as liturgias populares nas CEBs têm uma dimensão muito orante, muito cantante, na medida em que as pessoas se sentem ali unidas na fraternidade, se sentem juntas, emuladas, apoiadas nos seus engajamentos. porém, há muitas vezes o risco da liturgia cair num discurso racional, dela se transformar quase que numa espécie de reunião política onde sempre se martela a questão da opressão, da miséria, da libertação, sem dar espaço a toda essa dimensão da gratuidade que a vida litúrgica, que a mística supõe. Creio que é preciso trabalhar mais aprofundadamente a questão da liturgia (rs... só pode ser piada), de modo que ela seja o grande espaço da alegria, da gratuidade e da comunhão. Eu sou muito mais por uma liturgia festa que por uma liturgia reunião. Acho que temos o momento de fazer reunião, mas devemos criar a vinculação de tal maneira que o espaço da festa esteja muito presente na experiência litúrgica."

F. Betto
***

"A espiritualidade se revoluciona no momento em que a Igreja toda se coloca na escola dos pobres e os pobres como mestres de vida espiritual (não necessariamente.. esse romantismo barato é que dista da realidade.. Será que eu deveria trocar S. João da Cruz por Seu Lunga?). Porque se tem alguém que sente Deus como uma questão vital, substancial, é o pobre. (...) Então, nós devemos nos colocar na escola deles, essa é a tradição dos grandes mestres espirituais (de quais?). Nós descobrimos, assim, que Deus é libertador, justiça, revolução, que Deus quer uma sociedade nova, uma Igreja nova, enfim, que Deus quer o Reino de Deus nessa terra. (não há dúvidas que Deus quer que o mundo seja mais justo, mas o que fazer com a afirmação "O meu Reino não é deste mundo", oh néscios?)"

C. Boff
***

"Quem conhece a América Latina por dentro, a caminhada das CEBs, e o movimento da Teologia da Libertação acompanhando essa caminhada e dela se alimentando, sabe que muito mais importante que os livros dos teólogos, muito mais importantes que as obras - que aliás o povo não chega a ler - é essa maravilhosa produção de novos cantos, nova poesia, etc." (Ou seja, não importa que corresponda à verdade, desde que seja produto dos pobres... Isso aí, além de relativismo tosco, é preconceito e uma clara oposição entre classes bem ao modo tradicional marxista)

H. Assmann
***

"A fé é outra coisa. Nasce quando você, com o seu olhar de alegria e de sofrimento, de esperança e vontade de viver, olha para os meus olhos e nossos olhares constroem algo em comum e começamos a olhar em direção ao horizonte (quase chorei...). Como dizia João Guimarães Rosa, "nada devora tanto como o horizonte"! De repente, nós temos um horizonte de caminhada, algo que vale a pena. É assim que, inesperadamente, nós acreditamos em algo (na mula sem cabeça, vale?). O que é ter fé? Não é recitar o credo. Crer não é um blá, blá, blá de palavras. (blá blá blá é esse papo mole de se olhar e ver o horizonte e crer em algo. Vai te danar!) Crer é ter existencialmente dentro, não certezas matemáticas, calculadas, mas aquela outra certeza de que VALE A PENA! Descobrir que isso tem um sentido. E isso só se descobre coletivamente."

H. Assmann
***

"Assim como é um ativismo absurdo pensar que a teoria não faz falta para resolver os problemas graves, parece-me que, na perspectiva cristã, é um absurdo pensar que não nos temos que confrontar com o mistério de Deus, porque se realmente confrontar-se com o mistério de Deus não ajuda para resolver os problemas graves, eis que então Deus não serve!" (Utilitarismo discreto, o seu... e falaram tanto de gratuidade... zé mané)

J. Sobrino
***

"Na Teologia da Libertação o nexo corporal começa na nossa reflexão sobre a fome, sobre as necessidades básicas, mas não termina aí, porque tem que chegar à explosão da alegria de viver. A espiritualidade tem muito a ver com o corpo, até com as relações espontâneas, eróticas. Vamos erotizar o mundo! (só podia ser coisa do "Assman", o homem bunda) Vamos devolver a este mundo a espontaneidade da fraternura, da ternura fraternal!"

H. Assmann
***

"A espiritualidade hoje é algo que está sendo muito refletido pelos teólogos da libertação. E realmente está se trazendo perspectivas novas e bastante libertadoras, mas acho que esta vertente do feminino é de fato riquíssima, embora não tenha sido ainda explorada e refletida (Isso parece brincadeira.. aff). É um papel da mulher, justamente, refletir sobre isso. Porque a mulher tem uma maneira própria de viver a espiritualidade, como igualmente de fazer teologia, de viver a fé, de se situar dentro do conjunto do revelado e da revelação. A mulher é alguém que não faz separações estanques como o homem." (aff... ¬¬')

M. Clara
***

"Eu tenho uma intuição: os que são contra a Teologia da Libertação temem mais uma teologia da libertação que insiste na prática da libertação, inclusive da revolução, e fala em nome de Deus, do que se somente falasse da revolução. Porque, se imperasse o segundo caso, poderiam dizer: são sociólogos, revolucionários, marxistas e, claramente podem ser condenados; mas se alguém faz isso, se está inserido em processos de libertação e fala de Deus e o faz em nome de Deus, isso os incomoda muito mais, porque então não têm que atacar somente a Teologia da Libertação, mas também a Deus! (kkkkkk.. isso foi muito engraçado rsrs... Imagina a Igreja com medo de condenar os hereges só porque eles falavam de Deus, rsrs.. Azuado..) Para mim, é esse o problema que pode existir no Vaticano (Pense!). Eu disse uma vez que a Igreja não tem medo do marxismo, porque o marxismo é uma coisa criada, de seres humanos, está de igual para igual com a Igreja (kk.. muito hilário esse cara; ainda acham que isso é católico? Herege de meia tigela!); mas a Igreja, sim, tem medo de Deus, porque não pode dizer: "de você eu não vou me aproximar". (A TL se tornou, então, a suma representante da divindade na terra. Ora, vão flatular infinitamente...)

J. Sobrino (Sem Noção)

TEIXEIRA, Faustino Luiz Couto (Org.). Teologia da Libertação: Novos Desafios. São Paulo: Ed. Paulinas, 1991. pp. 51-87
Blog Widget by LinkWithin

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para comentar. Mas, se for criticar, atenha-se aos argumentos. Pax.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...