Hoje eu faço meus vinte e cinco anos e estou a escutar músicas japonesas. Minha alma se eleva a Deus em gratidão por tantas graças que Ele me dá. Com o salmista, repito: “Que é o homem, Senhor, para dele te lembrares”? Obrigado, meu Deus.
Perdoe-me tantos destratos e traições pequenas e grandes. Em resposta, me constranges com o Vosso amor e a Vossa fidelidade. A mim que nada sei do amor és sempre amoroso e terno. Feliz me fazes, meu Senhor, pela bendita esperança a que me chamas. Obrigado pela graça de me deixar ser católico.
Estou, mesmo, constrangido e com os olhos marejados. Cristo é sumamente bom; muito além do que proposições e conceitos o podem dizer. Que maldade a nossa, bom Jesus, em Vos resistir. Nada há que se Vos compare.
Vos peço de presente, amabilíssimo Senhor, a graça de corresponder melhor às tuas vontades, e os amigos que me lêem não poderão me dar nada melhor do que pedir a este bom Deus que me conceda este mesmo bem.
Eu quisera amar-Vos muito mais, Jesus. Se quiseres, dá-me isto. E então meu coração será só Vosso, e então serás, Tu somente, o meu tesouro.
Seja para sempre bendito, meu Amado.
Virgem Maria, sede para sempre minha Mãe e Senhora; eis aqui o vosso servo.
“Quando tu me fitavas,
Teus olhos sua graça me infundiam
E assim me sobreamavas,
E nisso mereciam
Meus olhos adorar o que em ti viam.
Não queiras desprezar-me,
Porque, se cor trigueira em mim achaste,
Já podes ver-me agora,
Pois, desde que me olhaste,
A graça e a formosura em mim deixaste”
(S. João da Cruz, Canções Entre a Alma e o Esposo)
“Aquela eterna fonte está escondida
Mas bem sei onde tem sua guarida,
Mesmo de noite.
(...)
Sei que não pode haver coisa tão bela,
E que os céus e a terra bebem dela,
Mesmo de noite.
(...)
Aquela viva fonte que desejo,
Neste pão de vida há a vejo,
Mesmo de noite."
(João da Cruz, Cantar da alma que se alegra em conhecer a Deus pela Fé)
“Sabor de bem que é finito,
Ao mais que pode chegar
É cansar o apetite
E estragar o paladar;
E assim por toda a doçura
Nunca eu me perderei,
Mas sim por um não sei quê
Que se acha porventura”.
(S. João da Cruz, Glosa ao Divino)
***
“Uma esposa que te ame,
Meu Filho, dar-te queria,
Que por teu valor mereça
Estar em nossa companhia
E comer pão numa mesa
Do mesmo que eu comia,
Para que conheça os bens
Que em tal Filho eu possuía.
(...)
- Muito te agradeço, Pai,
- O Filho lhe respondia –
À esposa que me deres,
Minha claridade eu daria.
(...)
A encostarei ao meu braço
E em teu amor se abrasaria,
E com eterno deleite
Tua bondade exaltaria."
(S. João da Cruz, Romances Trinitários e Cristológicos)
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